segunda-feira, 23 de agosto de 2010
TED BUNDY - O GÊNIO DO MAL
Theodore Robert Bundy, nascido em 24 de Novembro de 1946, foi um dos assassinos em série mais notórios e um dos mais cruéis da história dos crimes violentos, fazendo um mínimo de 28 vítimas e aterrorizando mulheres entre os anos de 1974 e 1978. Seu "modus operandi", na maioria dos casos, consistia em abusar de sua boa aparência, lábia e um gesso estratégicamente colocado no braço para atrair mulheres para uma simples ajuda em carregar alguns livros até seu carro ou coisa semelhante. Quando elas chegassem próximas de seu veículo, seriam abatidas com uma alavanca de metal e em seguida violentadas e mortas com repetidas pancadas na cabeça (não necessariamente nesta ordem). A história que cerca o nome de Ted Bundy é uma das mais macabras, terríveis e desumanas que já aconteceram.
Ele é considerado o Picasso da comunidade dos serial killers. Ted era bonito e charmoso, inteligente, seguro de si, com um futuro brilhante, e mais mortal que uma cascavel. Usando sua boa aparência, ele era capaz de seqüestrar e matar suas vítimas sem que ninguém notasse e depois continuar com sua vida. Este estudante de direito e Jovem Republicano gostava de usar um torniquete no braço para parecer vulnerável e conseguir com que as mulheres o ajudassem com as compras. Uma vez que ele atraía suas vítimas para a porta do carro, ele batia e as levava embora para reservadamente desfrutar de sua mortes. Ele preferia matar garotas bonitas de cabelo escuro do tipo chefe de torcida. Ele atacava suas presa com objetos rombudos e era fã de estuprar e morder suas vítimas. A marca da mordida em uma de suas vítimas foi usada como evidência contra ele no seu julgamento na Flórida.
Em 30 de dezembro de 1977, depois de uma tentativa que falhou,Ted escapou, enquanto esperava seu julgamento, por uma janela do tribunal e se mudou para Tallahassee, Flórida, perto da Universidade Estadual da Florida. Lá ele escreveu sua história de sangue, o "Guernica". Em 15 de janeiro de 1978, ele partiu em uma noite de chacina e matou duas meninas e feriu duas outras ao redor do Chi Omega uma casa de república de mulheres em Tallahassee. Duas semanas depois ele roubou um furgão e matou Kimberly Leach, de 12 anos, em Lake City, Flórida, estado no qual passou a ser perseguido. O corpo da pobre Kimberly foi achado em um chiqueiro de porcos próximo a uma jaqueta xadrez que não era de Ted. Ela foi enterrada em um cemitério perto de uma planta de Purina debaixo de uma lápide em forma de coração com sua foto nela.
Ted se defendeu em julgamentos em Utah, Colorado e Flórida enquanto a polícia tentava reunir um rastro de meninas mortas que conduzissem a ele. Durante seus vários julgamentos, um Ted Bundy muito seguro de si se defendeu, recebendo elogios e uma legião de admiradoras. Depois de várias apelações Bundy foi eletrocutado pelo estado da Flórida em 1989. Para sua última refeição ele pediu bife, ovos, pão e café.
Marcadores:
assassinato de mulheres,
gênio do mal,
serial-killer,
Ted Bundy
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
A PRECARIEDADE DA PSIQUIATRIA FORENSE NO BRASIL
Por Clarisse Werneck
Disponível em: http://folha.arcauniversal.com.br/integra.jsp?codcanal=9983&cod=149112&edicao=941
Com mais de 30 anos de experiência em psiquiatria forense, Guido Palomba, autor de mais de 10 mil laudos psiquiátricos sobre criminosos, é uma referência no assunto. Ele já atuou em quase todas as 600 comarcas do Estado de São Paulo, tanto na Vara Criminal quanto na Cível, além de ter feito perícia para outros estados. É autor do Tratado de Psiquiatria Forense, Civil e Penal (Atheneu, 2003), o primeiro em língua portuguesa e um dos poucos livros publicados no mundo sobre o assunto.
1 – O que é a psiquiatria forense?
É a aplicação de conhecimentos psiquiátricos na área judiciária cível e penal. Na área cível, nossos laudos podem ser solicitados em processos de anulação de testamento, guarda de menor, interdição, etc. Na penal, avaliamos o réu para atestar ou não inimputabilidade, dependência química, periculosidade, entre outros temas.
2 – O senhor diz que a formação que os psiquiatras forenses estão recebendo hoje é ineficiente. Por quê?
Existe um marketing para vender remédios psiquiátricos que compromete a própria psiquiatria. Soma-se a isso a falta de centros de formação na área forense. Existe um abismo muito grande entre a área clínica e a penal e hoje temos psiquiatras clínicos fazendo laudos sobre bandidos perigosos. No interior, então, a situação é caótica, há uma improvisação de peritos.
3 – E qual deveria ser a formação do psiquiatra forense?
Além de fazer uma faculdade de Medicina e se especializar em psiquiatria, deveria cumprir um estágio de no mínimo 2 anos em um centro de psiquiatria forense, como as Casas de Custódia (antigos manicômios judiciários), no setor de perícias.
4 – De acordo com suas palavras, com psiquiatras clínicos atuando na área penal, os erros na conexão da parte médica com a jurídica são inevitáveis. O senhor pode dar exemplos?
O caso do pedreiro Admar de Jesus, de Luziânia (GO), é um exemplo. Ele recebeu laudo psiquiátrico dizendo que não apresentava doença mental, teve direito à progressão da pena e tão logo saiu da cadeia matou seis adolescentes. Outro caso parecido foi o do “Maníaco da Cantareira” (Ademir Oliveira do Rosário). Ele recebeu autorização da Justiça, com base nos laudos, para passar os finais de semana fora do hospital psiquiátrico de Franco da Rocha (SP), onde estava internado. Nesse período matou dois adolescentes (os irmãos Josenildo e Francisco de Oliveira, de 13 e 15 anos) e abusou sexualmente
de outras pessoas.
5 – O senhor não acha que, nesses casos, os peritos deveriam ser afastados?
Acho que eles teriam que responder até
criminalmente. Se isso acontecesse, seriam mais cautelosos ao emitir as suas opiniões.6 – E os juízes, onde fica a responsabilidade deles?
Se o criminoso é doente mental, os juízes e a sociedade em geral acham que mandá-lo para a Casa de Custódia é privilegiá-lo, mas não é. Se ele é perigoso, não pode voltar para a sociedade, mas o mandam para a cadeia, ele convive com presos comuns e depois de alguns anos sai em liberdade condicional. Na Casa de Custódia a condenação inicial é de 3 anos, mas ele pode ficar a vida inteira, pois para sair será necessário um
laudo atestando sua capacidade de viver em
sociedade. Se os laudos forem sempre contrários, ele nunca sairá.
7 – Também acontecem erros nos laudos psiquiátricos dos processos civis?
Sim, em casos de separação e guarda de filhos os casais costumam se denunciar mutuamente por maus-tratos, pedofilia. Também há casos em que os herdeiros querem contestar um testamento e pode ser expedido um laudo dizendo que a pessoa que morreu não estava de posse das suas faculdades mentais. É preciso um profissional experiente para não se deixar levar por denúncias falsas.
8 – A Justiça parte do pressuposto de que todos os presos são recuperáveis, mas, como o senhor diz, isso pode não ser verdade.
O Ministério Público tende a condenar à prisão. Acha que o melhor é um número elevado, 120 anos de cadeia, como foi a condenação inicial do “Atirador do Shopping” (Matheus da Costa Meira, que em 1999 metralhou pessoas durante uma sessão de cinema no Shopping Morumbi, em São Paulo, matando três). Mas de que adianta se ele vai cumprir 8 anos e sair em regime semiaberto? Se ele estivesse na Casa de Custódia não sairia de lá.
9 – O senhor acha que o Código Penal deve ser mudado?
O nosso Código Penal é bom, mas a Lei de Execução Penal é agressiva contra a sociedade. O juiz condena a 30 anos, mas se o criminoso cumprir dois quintos da pena (12 anos) tem direito a ir para a rua. Onde está a moral da lei: fala em 30 e fica por 12?
10 – No processo contra Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni (condenados pelo assassinato da menina Isabella Nardoni, morta aos 5 anos em 2008) não foi solicitada uma avaliação psiquiátrica dos réus, sendo que daqui a 11 e 13 anos, respectivamente, eles terão a possibilidade de cumprir a pena em regime semiaberto. Eles podem ser perigosos para
a sociedade?
Sim, é possível. Existe suspeita de insanidade mental de ambos. O próprio promotor alegou que Anna Jatobá é desequilibrada. Esse é um outro problema: às vezes uma avaliação psiquiátrica do réu se faz necessária mas
não é solicitada.
Marcadores:
Guido Palomba,
manicômio,
psiquiatria forense
quinta-feira, 5 de agosto de 2010
Batman - O cavaleiro das trevas - Sugestão de Filme
Nesse personagem, magistral e espetacularmente vivido por Heather no papel do Coringa, encontramos a psicopatia advinda de um Estado Totalitário (Fascismo) cuja gênese parte de um 'imaginário lugar egóico': um 'si-mesmo-encapsulado'. Quando Coringa coloca tal 'pulsão a agir/sentir', ele produz profundas feridas no social e no moralismo estabelecido pela ideologia dominante nos Estados Unidos da América, e por extensão, do Brasil (pelas marcas dos EUA em quase todo o mundo - não apenas o Ocidental). Mas quem produziu as feridas no seu rosto? Que maquiagem estampou esse seu outro lado? De que lado ele está?
Tanto que Coringa é um personagem estadunidense, mas que contraditóriamente ele não 'se amarra em dinheiro não', mas em 'fogo aberto'. Isso de se 'amar o dinheiro' é a (pré)ocupação dos Estados Unidos, comandado pelo sistema econômico hoje denominado de Neoliberal, onde o consumismo e os prazeres imediatos são subjetividades que se 'afloram-de-sentido'. Coringa é um vadio a partir daí. A ele não interessa o outro. Alteridade é uma palavra eliminada a partir da construção em 'si-mesmo' da psicopatia. Pelo menos o personagem não se encosta nos reflexos espelhares (especulares) de uma pessoa que 'gosta' e ou reconhece o outro como parte integrante de sua constituição e cidadania. Cidadania é outro termo que ele apagou de vez por todas. Nenhum dos dois seres são cidadãos e ou pregam isso. Um ilude. Outra mostra o corpo para a sangria. Um finge. Outro é pura verdade que recusamos enxergar. Ambos nos enganam. Ambos nos subornam. Ambos nos envergonham.
Coringa tem um único interesse: pelo 'eu-mesmo' ('mínimo self' caracterizado fundamentalmente pelo 'egoísmo'). O Coringa de Ledger está perfeito e em sintonia com o conceito de Doença Mental dentro de uma Cultura (no sentido antropológico e psico-social), pois é ela (a cultura) que 'determina' (ordena) o que é ou não saudável; normal e anormal. A Cultura nessa seara não permite trocas e nem enfeixamentos (e menos enviezamentos). Bandidos e mocinhos são estabelecidos e classificados como se na vida todos fossem assim.
Entretanto, Coringa é assim um sujeito com características positivas, que na escola infantil, a professora poderia ter detectado e trabalhado a partir delas. Mas tem personalidades psicopatas que nem isso permite. Por exemplo: ele é um perfeccionista. Ele executa seu desejo – que obviamente tem um planejamento e uma avaliação. Ele é criativo – para o maléfico. Ele faz de suas cicatrizes seu charme e sua sedução, tornando-se hiper-masculino, sem se configurar em sadomasoquista estereotipado (mas um real); ele, por ser um perfeito sujeito 'sui generís', quer, com uma 'vontade de sentido infernal' muito forte, 'apenas' (?) ver/ sentir com imenso e denso prazer o mundo se 'danar' – e que ele vá junto com o 'bonzinho' Batman (vivido pelo ator Christian Bale).
Mas o Coringa nessa narrativa não é um ser (sendo) isento do/no/ com o mundo. Estando no mundo, podemos (ou não) fazer alianças constantes com todos os tipos humanos – dos mais inócuos, comuns, sorrateiros e tenebrosos homens e mulheres. Coringa é claro no seu modo de ser (sendo) si mesmo no cotidiano do mundo dos EUA: ele fez e faz pactos com muitos 'humanos- Luciferes' - aquele ser (sendo) do inferno; um dominador atroz.
Mas Coringa, 'ele-mesmo', é um estranho (?) 'clown'? Nada disso. Ele foi construído (inventado) para animar o 'ódio guardado e que ainda não foi jogado nas relações interpessoais' de espectadores submissos aos demandes do cotidiano alienado. Eu acredito e defendo que parte do cotidiano inventivo e criativo deve segurar a barra dos ódios. Um dos papeis de um filme é esse: acalmar o animal (instinto) que vive dentro de nós, no mundo – o 'mínimo eu' é instaurado nesse mundo ideológico, político etc. Trata-se da função escapista do cinema que produz dentro de nós os mecanismos de defesa nos aliviando e nos reconduzindo sempre as subjetividades e comportamentos de cidadania. No cotidiano estamos impregnados de criatividades e alegrias, mas também estamos marcados de modo profundo pela relação entre o 'eu sei' e 'você não sabe e nunca irá saber'; 'eu sou o maior' e 'você é o menor'; 'sou sadio' e 'você doente'; 'sou rico' e 'você pobre'; 'sou lindo' e você 'feio'; 'sou jovem' e 'você velho'; 'sou heterossexual' e 'você 'viado' ' etc.
Esse animador Clown só deseja. Ele é puro desejo. Um sujeito sem rédeas; uma fazenda sem cercas – logo psico-socialmente perigoso. Algo como: Meu desejo é uma ordem. Um desmande direcionado a outras gêneses (desejos de outros humanos; nem sempre tão maléficos assim, mas que provoca-nos trazee a tona o nosso Lúcifer mais odiado e temido). Coringa é 'desejo-desmande'; uma desumanidade sem dúvida - se é que em Gotham City se sabe o que é Humanismo. Batman saberá?
Coringa! O que seu desejo demanda 'ver-sentir-agir' sua casa pegar fogo. O fogo o inferno – ódio. A casa dele pode ser o 'circo' do 'palhaço-do-medo' que pode ser, na película, um simbólico país neoliberal. Trata-se de uma casa da insatisfação; uma casa que não é dele, e nem é dele é 'aquele lugar'. Mas Coringa não consegue ir embora desse lugar-tempo. As marcas ou cicatrizes trazidas no seu rosto dão bem este tom psicológico de 'mínimo eu' ao caso (clínico?), e ao mesmo tempo as marcas indeléveis do social, do histórico, do econômico que classifica os diferentes e as suas diferenças (o si mesmo junto ao 'outro-no-mundo') marginalizando-os e inventando modos de diagnósticos e tratamentos - e prevenções (pelo viés da submissão).
Coringa pelos Manuais classificatórios psiquiátricos, dos tipos DSM-IV (nascidos de um conceito de daqueles que, como é bem definido no próprio filme, "não ligam pra dinheiro, só querem ver o circo pegar fogo"). Uma classificação cujo personagem se define: "- Sou um homem de hábitos simples... (...) Gosto de dinamite, pólvora e gasolina". O sorriso acompanha a fala para ser decorada pelo espectador (especialmente os fãs) e repetida aos sete ventos. O sorriso d'Ele é onipotente; arrogante; complexo e híbrido. Lábios marcados por cicatrizes e que ele impediu-os de serem beijados. Ele sabe formar 'frases-sínteses' para ser entendido de modo mais imediato. Quando detido pelo Comissário Gordon, ele responde: " – 'Senhor' Comissário, eu lá tenho cara de alguém que faz 'planos'? ".
Segue Trailer do filme abaixo...
Tanto que Coringa é um personagem estadunidense, mas que contraditóriamente ele não 'se amarra em dinheiro não', mas em 'fogo aberto'. Isso de se 'amar o dinheiro' é a (pré)ocupação dos Estados Unidos, comandado pelo sistema econômico hoje denominado de Neoliberal, onde o consumismo e os prazeres imediatos são subjetividades que se 'afloram-de-sentido'. Coringa é um vadio a partir daí. A ele não interessa o outro. Alteridade é uma palavra eliminada a partir da construção em 'si-mesmo' da psicopatia. Pelo menos o personagem não se encosta nos reflexos espelhares (especulares) de uma pessoa que 'gosta' e ou reconhece o outro como parte integrante de sua constituição e cidadania. Cidadania é outro termo que ele apagou de vez por todas. Nenhum dos dois seres são cidadãos e ou pregam isso. Um ilude. Outra mostra o corpo para a sangria. Um finge. Outro é pura verdade que recusamos enxergar. Ambos nos enganam. Ambos nos subornam. Ambos nos envergonham.
Coringa tem um único interesse: pelo 'eu-mesmo' ('mínimo self' caracterizado fundamentalmente pelo 'egoísmo'). O Coringa de Ledger está perfeito e em sintonia com o conceito de Doença Mental dentro de uma Cultura (no sentido antropológico e psico-social), pois é ela (a cultura) que 'determina' (ordena) o que é ou não saudável; normal e anormal. A Cultura nessa seara não permite trocas e nem enfeixamentos (e menos enviezamentos). Bandidos e mocinhos são estabelecidos e classificados como se na vida todos fossem assim.
Entretanto, Coringa é assim um sujeito com características positivas, que na escola infantil, a professora poderia ter detectado e trabalhado a partir delas. Mas tem personalidades psicopatas que nem isso permite. Por exemplo: ele é um perfeccionista. Ele executa seu desejo – que obviamente tem um planejamento e uma avaliação. Ele é criativo – para o maléfico. Ele faz de suas cicatrizes seu charme e sua sedução, tornando-se hiper-masculino, sem se configurar em sadomasoquista estereotipado (mas um real); ele, por ser um perfeito sujeito 'sui generís', quer, com uma 'vontade de sentido infernal' muito forte, 'apenas' (?) ver/ sentir com imenso e denso prazer o mundo se 'danar' – e que ele vá junto com o 'bonzinho' Batman (vivido pelo ator Christian Bale).
Mas o Coringa nessa narrativa não é um ser (sendo) isento do/no/ com o mundo. Estando no mundo, podemos (ou não) fazer alianças constantes com todos os tipos humanos – dos mais inócuos, comuns, sorrateiros e tenebrosos homens e mulheres. Coringa é claro no seu modo de ser (sendo) si mesmo no cotidiano do mundo dos EUA: ele fez e faz pactos com muitos 'humanos- Luciferes' - aquele ser (sendo) do inferno; um dominador atroz.
Mas Coringa, 'ele-mesmo', é um estranho (?) 'clown'? Nada disso. Ele foi construído (inventado) para animar o 'ódio guardado e que ainda não foi jogado nas relações interpessoais' de espectadores submissos aos demandes do cotidiano alienado. Eu acredito e defendo que parte do cotidiano inventivo e criativo deve segurar a barra dos ódios. Um dos papeis de um filme é esse: acalmar o animal (instinto) que vive dentro de nós, no mundo – o 'mínimo eu' é instaurado nesse mundo ideológico, político etc. Trata-se da função escapista do cinema que produz dentro de nós os mecanismos de defesa nos aliviando e nos reconduzindo sempre as subjetividades e comportamentos de cidadania. No cotidiano estamos impregnados de criatividades e alegrias, mas também estamos marcados de modo profundo pela relação entre o 'eu sei' e 'você não sabe e nunca irá saber'; 'eu sou o maior' e 'você é o menor'; 'sou sadio' e 'você doente'; 'sou rico' e 'você pobre'; 'sou lindo' e você 'feio'; 'sou jovem' e 'você velho'; 'sou heterossexual' e 'você 'viado' ' etc.
Esse animador Clown só deseja. Ele é puro desejo. Um sujeito sem rédeas; uma fazenda sem cercas – logo psico-socialmente perigoso. Algo como: Meu desejo é uma ordem. Um desmande direcionado a outras gêneses (desejos de outros humanos; nem sempre tão maléficos assim, mas que provoca-nos trazee a tona o nosso Lúcifer mais odiado e temido). Coringa é 'desejo-desmande'; uma desumanidade sem dúvida - se é que em Gotham City se sabe o que é Humanismo. Batman saberá?
Coringa! O que seu desejo demanda 'ver-sentir-agir' sua casa pegar fogo. O fogo o inferno – ódio. A casa dele pode ser o 'circo' do 'palhaço-do-medo' que pode ser, na película, um simbólico país neoliberal. Trata-se de uma casa da insatisfação; uma casa que não é dele, e nem é dele é 'aquele lugar'. Mas Coringa não consegue ir embora desse lugar-tempo. As marcas ou cicatrizes trazidas no seu rosto dão bem este tom psicológico de 'mínimo eu' ao caso (clínico?), e ao mesmo tempo as marcas indeléveis do social, do histórico, do econômico que classifica os diferentes e as suas diferenças (o si mesmo junto ao 'outro-no-mundo') marginalizando-os e inventando modos de diagnósticos e tratamentos - e prevenções (pelo viés da submissão).
Coringa pelos Manuais classificatórios psiquiátricos, dos tipos DSM-IV (nascidos de um conceito de daqueles que, como é bem definido no próprio filme, "não ligam pra dinheiro, só querem ver o circo pegar fogo"). Uma classificação cujo personagem se define: "- Sou um homem de hábitos simples... (...) Gosto de dinamite, pólvora e gasolina". O sorriso acompanha a fala para ser decorada pelo espectador (especialmente os fãs) e repetida aos sete ventos. O sorriso d'Ele é onipotente; arrogante; complexo e híbrido. Lábios marcados por cicatrizes e que ele impediu-os de serem beijados. Ele sabe formar 'frases-sínteses' para ser entendido de modo mais imediato. Quando detido pelo Comissário Gordon, ele responde: " – 'Senhor' Comissário, eu lá tenho cara de alguém que faz 'planos'? ".
Segue Trailer do filme abaixo...
Marcadores:
BATMAN,
CORINGA,
PSICOPATA,
sugestão de filme
Assinar:
Postagens (Atom)