terça-feira, 27 de julho de 2010
AS DEFICIÊNCIAS DO SISTEMA DE JUSTIÇA CRIMINAL BRASILEIRO
São impressionantes as falhas do Sistema de Justiça Criminal brasileiro no trato como pessoas portadoras de transtornos de personalidade, mais precisamente os psicopatas. O Sistema de Justiça Criminal brasileiro possui muitas dificuldades em lidar com delinqüentes portadores de psicopatia. Já é sabido por toda comunidade internacional de cientistas que não existe cura e tão pouco remédios para os portadores da síndrome de psicopatia. As entidades internacionais recomendam que os laudos (constatação) devem ser elaborados por uma duas bancas independentes de peritos como uma boa formação na área de saúde pública (Mestrado ou Doutorado), pois uma vez que a pessoa seja diagnosticada como portadora desse transtorno ela vai requerer cuidados por toda sua vida, seja por parte da família ou pelo poder público. Portanto, é chegado o momento das autoridades abrirem os olhos para esse problema que traz tanta dor e perplexidade para toda sociedade brasileira. Não podemos mais tolerar que pessoas que tenham cometido crimes atrozes (serial killers) sejam presas, e após ter passado certo tempo, são colocados em liberdade por força de um laudo sem critério cientifico elaborado por um profissional (perito) que muitas vezes possui uma formação duvidosa. Um laudo feito de forma displicente e sem critério de cientificidade pode trazer conseqüências desastrosas para muitas pessoas com prejuízos financeiros e psíquicos inimagináveis. Também é muito difícil observarmos algum perito fazendo uso da PCL-R. Ela é uma lista criteriosa de verificação de psicopatas criada pelo psicólogo canadense Robert D. Hare, e que já vem sendo usada com bastante sucesso no Canadá, EUA e Europa. Vejam no vídeo abaixo um caso acontecido recentemente e documentado pelo Programa Fantástico da Rede Globo e que reflete a dura realidade do Sistema de Justiça Criminal brasileiro na lide com psicopatas.
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quarta-feira, 21 de julho de 2010
CEM BILHÕES DE NEURÔNIOS
Para que possamos ter uma compreensão razoável de como trabalha a mente de um psicopata é necessário entender o funcionamento da coisa mais complexa de que se tem conhecimento no universo: o cérebro humano. Nossos cérebros possuem aproximadamente cem bilhões de neurônios, com arranjos – combinações sinápticas – entre si que podem elevar uma cifra astronômica, cujo número combinações pode ser maior que toda matéria existente no universo. É uma máquina de extrema complexidade, que trabalha com dados internos – memória e herança genética – e com fatores externos oriundos do meio ambiente no qual vivemos. Além disso, existem os fatores hormonais – dopamina, cerotonina, ocitocina dentre outros produzidos por nossos corpos que influenciam diretamente em nosso comportamento cotidiano. Vale lembrar que os psicopatas não possuem uma parte do cérebro funcionando de forma satisfatória: o córtex pré-frontal. Isso pode decorrer de uma falha na formação do feto, uma doença hereditária, um trauma físico nessa região, um trauma psíquico durante a infância (sociopatia adquirida) dentre outras causas. Com o intuito de melhorar um pouco mais nossa compreensão a respeito do cérebro humano, sugiro que assistam ao vídeo abaixo produzido pela BBC de Londres.
quarta-feira, 14 de julho de 2010
O ERRO DE DESCARTES (Sugestão de Literatura)
O livro O erro de Descates (Companhia das Letras)do neurocientista Antonio Damásio é uma boa literatura para compreender onde se encontram as deficiencias neurofisiológicas no cérebro de um psicopata.
Logo nos primeiros capítulos ele fala sobre um dos casos mais famosos da neurociência: Phineas Gage. Phineas Gage foi um australiano que viveu em meados do século XIX. Segundo relatos da época, ele era um homem muito gentil que trabalhava na construção de ferrovias. Após um acidente em 1848, envolvendo explosivos, uma barra de ferro atravessou sua cabeça. atingindo o cérebro (parte pré-frontal). Felizmente ele foi socorrido na hora e conseguiu sobreviver. Mas ele não só sobreviveu como não ficou com nenhuma sequela aparente (exceto por um olho que ele perdeu). Visão, fala e movimentos perfeitos. Entretanto, logo depois de recuperado, Phineas Gage teve seu comportamento completamente alterado: começou a usar palavrões, fazia comentários cruéis desnecessários, tratava mal as pessoas, e fazia péssimas decisões que não levavam em conta as consequências. Morreu pouco mais de 10 anos depois pobre e sozinho. Na época, um médico estudou o seu caso, e é graças a ele que temos todas essas informações.
O caso Phineas Gage é importante pois foi o primeiro caso que mostrou que emoção e comportamento estão sim associadas a uma parte específica do cérebro.
Reconstituição da passagem da barra de ferro no cérebro de Gage
No livro, Damásio ainda fala de um caso semelhante ao de Phineas Gage que ele teve a oportunidade de estudar, o caso de Elliot. Elliot sofreu um acidente semelhante ao de Phineas Gage, demonstrando os mesmos sintomas. Damásio aproveitou a chance para estuda-lo. Fez diversos testes de QI, além de outros tipos de testes de inteligência. Surpreendentemente, Elliot se saia muito bem, às vezes melhor do que a média da população, provando que era dono de um intelecto saudável.
Ao longo da convivência com Elliot, Damásio se deu conta que Elliot contava sobre a tragédia da sua vida de forma impassível. Com o passar do tempo, notou que Elliot quase nunca se zangava, nem se incomodava com as milhares de perguntas repetitivas de Damásio. Num outro teste, foi colocado estímulos visuais carregado em frente de Elliot como: pessoas se afogando, incêndios terríves e terremotos horríveos. Nisso, Elliot, impassivo, fez um comentário que abriu os olhos de Damásio: sinto que meus sentimentos mudaram após o acidente. Ou seja, Elliot se deu conta que coisas que antes lhe causavam emoções fortes, agora não lhe causavam nenhuma reação, nem positiva, nem negativa.
Imagine que sua comida favorita, a música que você mais gosta, seu filme predileto, nada disso te desperta mais nenhuma emoção. Você agora está para sempre destituido da possibilidade de curtir o que você gostava, e ao mesmo tempo, consciente de que aquilo outrora te divertia. Em suma, o estado de Elliot pode ser resumido como saber mas não sentir.
De fato, segundo Damásio, nenhuma emoção era muito intensa em Elliot, nem tristeza nem alegria. tanto o prazer como a dor pareciam ser de curta duração.
Essa falta de sentimentos leva o doente a não se importar muito com a sua decisão e portanto, fazer decisões ruins.
PS: O livro se chama o erro de Descartes porque Descartes acreditava que o corpo era separado da mente. A mente só precisava do corpo para poder funcionar, fora isso, não havia nenhuma conexão entre eles. Mas Damásio acredita justamente o contrário, que corpo e mente estão intimamente conectados: a mente comanda o corpo inteiro, mas são as sensações que o corpo manda para mente que induzem a mente funcionar daquela maneira, contrapondo o dualismo cartesiano no qual a alma (razão pura) é independente do corpo e das emoções.
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quinta-feira, 8 de julho de 2010
PSICOSE - SUGESTÃO DE FILME
Psicose é o primeiro filme Serial-killer envolvendo um psicopata (Norman Bates). “Psicose” (Psycho, 1960) é um desses filmes, sempre mantendo seu lugar de destaque entre os grandes, configurando-se numa obra-prima de valor inquestionável, sendo um dos principais e mais conhecidos trabalhos de Alfred Hitchcock, um diretor “mestre do suspense”, cujo talento permanece eterno através de sua cultuada filmografia. Produzido em preto e branco há mais de quatro décadas atrás, foram poucas as cenas de violência apresentadas em “Psicose”, cujo roteiro prioriza o suspense psicológico, mas foi o suficiente para chocar o público na época e causar uma agitação que surpreendeu o próprio Hitchcock, com as tradicionais manifestações de protesto dos moralistas de plantão, boicotes organizados contra o filme, desmaios nas salas de exibição, pessoas se retirando no meio da projeção e opiniões polêmicas da crítica especializada. Tudo isso apenas concretizou um fato inegável, de que “Psicose” transformou-se num filme marcante para o gênero fantástico e inesquecível para os fãs do estilo. E é interessante verificar como o pensamento do mundo moderno mudou radicalmente em relação há algumas décadas atrás, pois nesse início de século XXI os fãs do cinema de Horror fazem protestos e boicotes, principalmente utilizando a internet como meio de comunicação, caso os filmes não tenham a quantidade de sangue e violência esperados. Hitchcock criou um estilo de capaz de prender o público – que se deixava fascinar - nas suas tramas, delicadamente urdidas e soberbamente dirigidas. Nesse filme em que o psicopata Norman Bates (Anthony Perkins) isola-se num pequeno hotel de beira de estrada para curtir seu complexo de Édipo, encontram-se todas as virtudes que consagrariam o diretor inglês como o mestre do suspense. Uma aula de cinema.
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sexta-feira, 2 de julho de 2010
ROBERT HARE NO BRASIL
Uma das maiores autoridades no campo da psicopatia vai estar no Brasil no período de 20 à 23 de outubro 2010 em Curitiba - Paraná. Trata-se do psicólogo Robert D. Hare, professor da University of British Columbia (EUA). Hare desenvolve pesquisas com psicopatas a mais de 25 anos. Ele foi o criador do método PCL-R hoje mundialmente aceito no diagnóstico de psicopatas. A sua estadia no Brasil é uma ótima oportunidade para aqueles que possuem interesse em alargar sua visão no campo da psicopatia. O evento que trás Hare para o Brasil é o encontro anual da Sociedade Brasileira de Psicologia. Mais informações em http://www.sbponline.org.br/rap.php
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